Depois da quase directa que fizemos para ir ver o nascer do Sol às dunas a viagem para as Gargantas do Todra foi muito penosa para mim.
O calor intenso que se fazia sentir e a velocidade na casa dos 90Km/h por um traçado que era essencialmente de rectas com dezenas de km tornava a viagem exasperantemente monótona e desgastante.
Eu sou daquelas pessoas com quem não é muito conveniente falar na primeira hora após acordar.
O mau feitio congénito de que sofro é mais evidente nesse período do dia.
Neste dia não foi excepção. A certa altura paramos para descansar um pouco e eu já estava a dizer que se fosse para continuar àquele ritmo eu seguiria à frente e esperaria pelo grupo em Tingherir.
O resto do grupo, muito bem, deixou-me a falar para os canos da Petrogal e foi-se deixando estar a descansar pelo café onde estavamos o que permitiu que uns fossem passando pelas brasas e, no meu caso que o mau feitio se desvanecesse.
Com o ambiente menos carregado lá seguimos viagem e chegamos às Gargantas do Todra por volta das cinco e meia da tarde.
Como era Domingo, dia de "praia" para os Marroquinos da zona, o trânsito nas Gargantas parecia o Garrafão da Ponte 25 de Abril num Domingo à tarde.
Desde que há três anos construiram uma passagem superior no leito do Rio Todra, onde antes se tinha que atravessar a vau agora passam autocarros carregados de turistas. Por outro lado com a construção criou-se um espécie de dique que aprisiona as águas do rio criando uma especie de piscinas naturais quee fazem as delícias dos Marroquinos da região.
Á boa maneira portuguesa os Marroquinos tentam levar o carro mesmo até junto da água, estacionando onde o carro couber mesmo que para tal impeçam completamente a passagem aos outros veículos.
Mesmo com as motos não se podia passar tal era a confusão.
Aos poucos lá fomos furando entre os carros e conseguimos ao fim de algum (longo) tempo chegar junto aos hóteis Les Roches e Yasmina.
Eu estava com tanta vontade de chegar que mal vi uma nesga para passar enfiei a moto pelo leito do rio e atravessei a vau.
O que eu não contava é que o local fosse tão profundo e não tive outro remédio senão meter a pata na poça para ajudar a moto a vencer os calhaus que existiam no leito do rio.
Já do outro lado da margem apercebi-me que a tábua que servia de ponte para atravessar o rio tinha sidi deslocada para um local mais acima do que o habitual mas continuava lá para que se pudessse ter acesso a pé e com as motos ao hotel.
Indiquei o local aos outros e assim todos à excepção do Fonseca estacionaram a moto à porta do hotel Les Roches onde pernoitamos.
Pagamos por um quarto com três camas 320Dh (o que equivale a 30€ ) com pequeno almoço incluído.
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