Pela manhã equacionamos a hipótese de fazer a pista que liga o Todra ao Dadés e assim fazer a passagem que sobe até ao Tiz n' Test. Gostaria de ter tirado umas fotos naquelas curvas que mais parecem uma serpentina mas como o Fonseca necessitava de abastecer e para tal tinhamos que fazer trinta quilómetros até à estrada para Boumalne Dadés e voltar para trás...
Depois de pensarmos um pouco decidimos continuar para Ouarzazate. O Tiz n' Test ficará para outra vez.
Chegamos a Boumalne Dadés à hora do almoço.
Nesse dia em vez de almoçarmos de faca e garfo decidimos-nos por um batido de frutas, que bebemos na praça.
Cruzou-se então connosco um grupo de Italianos conduzindo na sua maioria Harleys. Contrariamente aos outros motociclistas com quem nos cruzamos os homens dos ferros são pouco dados a cumprimentos. Que façam boa viagem.
A estrada entre Boumalne Dadés e Ourazazate é a autêntica rota do Kasbahs. Durante quilómetros a fio, de um lado e doutro da estrada há inúmeros kasbahs, uns em melhor estado de conservação do que outros mas todos a merecerem um olhar mais atento.
O que mais recomendo na zona é o de Skoura, mas infelizmente desta vez não lhe fizemos uma visita por falta de tempo.
Marrocos tem tanto para ver que é necessário dispor de meses para poder apreciar convenientemente tudo o que vale a pena. Como eu não disponho desse tempo vou fazendo a descoberta em etapas. Por isso é que lá vou tão repetidamente.
Eram umas três da tarde quando chegamos a Ouarazazate e o batido de frutas já era apenas uma ténue recordação.
Assim lá fomos nós almoçar. Escolhi o restaurante que fica no centro de artesanato. Não é nada de especial a servir mas tem umas varandas muito agradáveis.
O restaurante rebentava pelas costuras. Tentamos arranjar mesa para cinco mas não havia.
Estava uma mesa à sombra, com apenas duas senhoras que era a ideal para nós, mas estava ocupada e não havia nada a fazer...
A Tilde ao aperceber-se disso comentou o facto com o Fonseca num tom de voz normal.
Que pena se não estivessem ali aquelas duas senhoras tínhamos lugar para nós...
Não há problema, se quizerem puxem cadeiras e sentam-se aqui connosco disse, uma das senhoras.
Sim, elas eram portuguesas e do Porto. Viajavam sozinhas e estavam a fazer o percurso inverso ao nosso.
Lá aproveitamos a oferta e almoçamos com elas.
Felizmente cada vez mais se vêem portuguesas a viajar e fora dos circuitos mais tradicionais integradas nos pacotes oferecidos pelas agências de viagens.
Estas senhoras já tinham planos para outra viagem em Setembro, dessa vez o destino seria o Nepal...
Entretanto o Paulo que não estava muito bem do estômago e a sua disposição também não era das melhores nesse dia. Como o calor era bastante e ele não se dá muito bem como calor, decidiu ir seguindo para Ait Ben Haddou onde esperaria por nós.
Depois do almoço dirigimos-nos a Ait Ben Haddou onde iríamos passar a noite e vistar alguns amigos aí residentes.
Chegamos a Ait Ben Haddou ao entardecer e tratamos de arranjar hotel. Após termos tratado do hotel fomos dar uma volta pelo kasbah e procurar o Paulo cuja moto não encontravamos em nenhum dos hoteis da zona.
A boa maneira portuguesa de levar a moto/carro até à porta do quarto, ele tinha-a estacionado mesmo à entrada do kasbah.
Entretanto tinha deixado a moto e blusão à guarda de um "gardien" local que quando me viu a mexer no pertences do Paulo saiu disparado a vociferar por aguém estar a mexer nos pertences que lhe tinham sido confiados.
Expliquei-lhe que a moto e o blusão pertenciam a um amigo que tinha chegado mais cedo e a quem procuravamos.
Ele não se deixou levar pela minha conversa e não nos restou outra alternativa senão ir à procura do Paulo.
1 comentário:
Muito bem seu vadio, só agora me apercebi da existência deste blog. Continua que estou a gostar da narração e imaginar uma proxima viagem...
Ali
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