sábado, 10 de maio de 2008

Passeio a Marrocos (4ª Parte)




A estrada que nos leva até Azrou serpenteia gostosamente por entre os cedros da floresta levando-nos a subir as primeiras encostas do Médio Atlas.

No caminho deparamos com os caracteríticos macacos da região que foram o alvo na nossa atenção por uns largos minutos. A sua proximidade com os humanos e o hábito de pedirem umas guloseimas leva-os a aguardar as muitas excursões que por ali passam para gáudio dos turistas e uma refeição fácil da sua parte.Ver aqueles animais num bosque de cedros causou-me, devo confessá-lo, alguma estranheza.

De que se alimentarão os pobres durante o inverno, já que aparentemente por ali não encontrei quaisquer árvores ou plantas que lhe providenciem a necessária fonte de sustento...?

A temperatura amena que se fazia sentir convidava a rolar. Assim partimos rumo a Midelt embalados pela estrada e pela paisagem.

Nestes momentos em que parece termos ligado o piloto automático a nossa mente divaga entre a beleza da paisagem, a necessária atenção à estrada e uma introspecção que nos leva a verificar quão pouco afinal é necessário para nos sentirmos felizes.

Chegamos a Midelt à hora do almoço.

Paramos logo à entrada da cidade e almoçamos no restaurante à berma da estrada. Estavamos a meio da refeição quando aparecem novamente o Phil e o Derek, que se tinham separado de nós em Fez.

Apareceu também o Rashid, dono de uma loja de artesanato e guia, meu conhecido de outras viagens.
Fomos com ele pousar as nossas bagagens ao hotel e preparamo-nos para fazer a pista que leva ao Cirque de Jaffar.

Ainda aqui não referi que o grupo que viajou comigo por Marrocos era constituído pelo Carlos Almeida, em GS1200, o Paulo Leite também em GS1200, o José Fonseca e Anatilde numa Guzzi Quota 1100.

Como a Anatilde estava um pouco cansada optou por ficar numa esplanada fronteira ao hotel a descansar lendo um livro enquanto nós, com as motos livres das suas bagagens partimos para a pista.

Apesar de não ser conveniente levar pendura tive que que levar comigo o Rashid para que este nos indicasse o percurso menos demolidor já que segundo várias opiniões confirmadas pelo mesmo, a chuva mais intensa que anormalmente tem fustigado Marrocos encarrgou-se de destruir por completo muitas das estradas e pistas das regiões mais montanhosas.

A pista apresentou-se rolante embora com muita cascalheira. No percurso fomos-nos cruzando com diversos 4X4 mas nenhuma moto. A certa altura decidi interpelar um casal Francês que se cruzou comigo para indagar das condições da pista. Eles disseram-me que era praticável havendo apenas um local de passagem mais estreia onde havia uns sulcos mais profundos.

Tranquilizado pela informação segui mais confiante pista fora.

Nos 26km de pista que fizemos apenas tivemos três ou quatro situações mais complicadas mas nada de extraordinário. Todos fizemos a pista até ao Cirque de Jaffar sem problemas. Chegados lá a paisagem fez-nos ver que valeu bem a pena.

Na verdade ficamos todos com pena de não termos tempo para prosseguir rumo a Ilmilchil mas estava a anoitecer e era hora de regressar.

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