sábado, 10 de maio de 2008

Passeio a Marrocos (2ª Parte)





Depois de um fim-de-semana chuvoso a segunda-feira apresentou-se nublada mas já com algumas abertas.

Como habitual para aproveitarmos bem o dia saímos pelas nove da manhã e fomos a pé explorar a cidade. Era nosso objectivo sair rumo a Fes antes do almoço passando antes por Ouazanne e Fes-El-Bali, com alguma dificuldade o conseguimos.

Isto de levar senhoras a Marrocos tem muito que se lhe diga. Parece que é o mesmo que levar crianças ao Toys R' Us.

A caravana inicial constituída por quatro motos e cinco pessoas, das quais uma senhora, lá arrancou, agora engrossada pelas LinFan do Petr Hostalek e pela BMW R1150 RS com side-car do Radek Kriegler.

Para aqueles que não sabem a LinFan é a cópia chinesa da Virago 535 (rigorosamente igual com a execpção da cilindrada que é de 400cc e óbviamente da marca) e segundo Petr a Yamaha teria vendido os direitos de produção aos Chineses que a estariam agora a produzir inclusivamente para o Japão (daí a cilindrada limitada a 400cc).

Um pouco a medo arrisquei não enfiar as calças impermeáveis.
Nos dois dias anteriores foi um suplício.
O que a chuva não molhou ficou ensopado e transpiração, o que realmente tornou a viagem mais suportável foi o fato térmico que impedia o contacto da pele com o algodão molhado dos jeans.

Para terem uma noção mais exacta da quantidade de chuva que apanhamos posso dizer-vos que as minhas botas Sidi que até esta viagem foram sempre 100% impermeáveis, ao fim do primeiro dia ate perderam a cor tal era a quantidade de água absorvida pelo couro.

Podem imaginar a cena que era ver quatro malucos cada vez que paravam para abastecer andarem à procura de sacos plásticos e luvas descartáveis para enfiar sobre as botas e luvas.

O risco de não enfiar as calças impermeáveis valeu a pena pelo conforto experimentado e afinal já não voltou a chover.

A paisagem que nos envolveu entre Ouazanne e Fes era simplesmente magnífica.

Ora nos fazia lembrar o Alentejo na Primavera, ora parecia que estavamos na Irlanda.

Tudo eram quadros de verde que mais pareciam o ambiente de trabalho do Windows.

Os várias matizes de verde, aqui e ali pontilhados por flores silvestres, rebanhos de ovelhas e cabras e um espaço a perder de vista...

Parece que em Marrocos os nossos pulmões são pequenos para a quantidade de ar que queremos inalar tal a vastidão da paisagem, livre de quaisquer construções ou obstáculos que impeçam a nossa vista de divagar.

As estradas, essas então foram feitas para as motos. Bom alcatrão, curvas com a inclinação correcta, pouco tráfego...

Enfim, alucinante.

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